Publicado em: 26/06/2020 23:05:01
Meio fio construído pelo DNIT em Vilhena foi destruído a marretadas pelos empresários
Por ARUANA
O site Amazônia em Foco publicou que o empresário Jaime Bagatolli, junto com seu irmão, protagonizou uma cena de vandalismo quando os dois derrubaram a marretadas uma obra do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) em Vilhena, mais precisamente na BR-364, nas proximidades de um posto de combustível que pertence a eles. A obra em questão se tratava de uma mureta que foi construída no local para evitar acidentes.
A matéria falava também que Orlando, que é irmão de Jaime, chegou a agredir um funcionário do DNIT, e que a Polícia Rodoviária Federal (PRF) foi até o local onde a confusão aconteceu.
O caso foi narrado também pelo site Tudo Rondônia. O jornal relatou que na manhã de 11 de junho Jaime e Orlando foram levados à Delegacia de Polícia Federal, presos em flagrante, e liberados após o pagamento da fiança.
Nas redes sociais, a filha do empresário chegou compartilhar um print da chamada do jornal Amazônia em Foco. Na imagem havia um carimbo de “fake news”, e ela publicou um texto dizendo que “é por esse tipo de jornalismo que a imprensa está desacreditada no Brasil, completamente tendenciosa, comprada, corrupta, agindo de acordo com seus patrocinadores e não com a verdade, mal escrita, sem apurar os fatos na íntegra, com o único intuito de ferir a imagem pessoal dos envolvidos”.
Ela comentou também que Jaime se comprometeu em ajudar financeiramente para a construção de uma rotatória no local, com a intenção de diminuir acidentes que acontecem ali. As imagens da publicação seguem logo abaixo:
Jaime, que é empresário pioneiro em Vilhena, ganhou maior notoriedade em Rondônia ao se candidatar ao cargo de senador em 2018, pelo PSL. Com um número expressivo de votos, ele ocupa a vaga de suplente.
#NaMosca
O Auto de Prisão em Flagrante diz que no dia 11 de junho de 2020 Jaime Maximino Bagattoli e Orlando Vitorio Bagattoli receberam voz de prisão em flagrante, e cita como testemunha o funcionário do DNIT Elienai Silva de Andrade. De acordo com o documento, a equipe da PRF fazia patrulhamento por volta das 9h15 quando em frente ao Posto de Gasolina Catarinense viram que algumas pessoas quebravam o meio fio construído recentemente e que ficava no acesso ao estabelecimento.
Diante da situação, os autores do dano foram questionados e responderam ter um “papel” que permitia retirar aquela obra. Já o funcionário do DNIT disse que o responsável por fazer a retirada do meio fio deveria ser o próprio órgão, e não outra pessoa, como acontecia. Ele disse também ter sido empurrado pelos homens que quebravam a pequena mureta.
O servidor público relatou em seu depoimento que a recomposição do meio fio foi recomendada pelo Ministério Público Federal (MPF), já que é grande o número de acidentes que acontecem no local. Sendo assim, a construção foi feita no dia 08 de junho. Ele disse também que os funcionários e proprietários do posto de combustíveis não estavam satisfeitos com a obra, já que impedia o acesso à empresa.
Diante das reclamações e pedidos de readequação, o MPF determinou que a obra fosse suspensa. O DNIT então parou com os trabalhos e retornou o local no dia 11 para retirar parte dos meios fios instalados, mas, ao chegar a equipe se deparou com o episódio protagonizado pelo empresário e seu irmão, que chegaram a empurrar o funcionário do órgão público.
A marretadas foram quebrados cerca de 30 metros da obra pública, sendo que para a União cada metro custou cerca de R$ 100. A continuação foi impedida pela Polícia Rodoviária Federal e os envolvidos foram levados para a delegacia.
Já Jaime, em seu depoimento, disse que a obra atrapalharia o fluxo na região e impediria o acesso de veículos ao posto que lhe pertence. Então, solicitou ao MPF a suspensão da obra. Mas, ao ver servidores do DNIT retomarem o trabalho na quinta-feira (11) passou a retirar o meio fio com a marreta. Porém, afirmou ter destruído apenas cerca de dois metros e ressaltou que não discutiu com os servidores.
O depoimento de Orlando se assemelha ao de Jaime, porém, ele acrescentou que após a obra ser iniciada organizou documentação comprovando que no local seria mais benéfico para a cidade a construção de uma rotatória e, na terça-feira a noite, ao ter acesso a esses argumentos, o Ministério Público Federal suspendeu a obra.
Orlando também afirmou que a construção foi retomada no dia 11 e acrescentou ter quebrado cerca de vinte metros do meio fio. Em sua versão, contou que discutiu com os servidores do DNIT, mas, que os empurrões não aconteceram.
Ambos os empresários foram presos pelo que está previsto no Art. 163, § único, inciso III do Código Penal: crime cometido contra o patrimônio da União, Estado, Município, empresa concessionária de serviços públicos ou sociedade de economia mista. A fiança estipulada a cada um deles foi de R$ 5 mil, e após o pagamento ambos foram liberados.
Fonte: ARUANA