Publicado em: 01/07/2020 18:52:12
Sites veiculam que o corpo humano é incapaz de combater o vírus e que existe a possibilidade de nova contaminação a quem já o contraiu
Por ARUANA
Na última semana sites de veiculação nacional como UOL e O Globo, bem como de expressão regional como o nordestino Tv Jornal noticiaram que as pessoas que foram contaminadas pelo vírus da Covid-19 podem contraí-lo novamente, este último afirmando ainda que o sistema imunológico humano é incapaz de criar resistência contra o SARS-Cov-2. Publicaram também que a revista internacional de ciências médicas Nature Medicine levantou dúvidas a respeito da duração da imunidade em pessoas que adquiriram o vírus e também incertezas quanto ao retorno das atividades sociais desses indivíduos.
#Então…
No periódico científico publicado no último dia 18 pela revista Nature Medicine, cujo estudo é comandado por pesquisadores da Universidade de Chongquing, é possível observar que o objetivo era comparar a resposta imunológica dos pacientes sintomáticos e assintomáticos. A análise foi feita com esses dois perfis durante 4 semanas e as conclusões apresentadas são que a quantidade de anticorpos cai significativamente após a infecção em ambos os grupos.
Nas oito semanas seguintes, foi observado que o nível de anticorpos da maioria das pessoas que tiveram Covid-19 diminuiu significativamente após dois ou três meses em média, sendo ainda menor naqueles que não apresentaram sintomas. Oito semanas após o início da recuperação, 40% dos pacientes assintomáticos apresentaram níveis indetectáveis de anticorpos IgG, que surgem depois do contágio e cuja presença significa desenvolvimento de imunidade, para o SARS-CoV-2. Entre os que tiveram manifestação sintomática da doença, a porcentagem foi de 13%.
Outra conclusão apresentada foi que os exames não mostraram entendimento de que os indivíduos não estão sujeitos a uma nova contaminação, já que os anticorpos detectáveis se mostraram presentes em baixa quantidade ou mesmo indetectáveis após três meses. Logo, a ideia de testar a população para saber quem já foi contaminado com o novo coronavírus – o que é detectado pela presença de anticorpos no sangue – e liberar essas pessoas para circular, assumindo que estariam protegidas contra a reinfecção e não representariam um risco, é questionável, justamente por alguns cidadãos apresentarem baixos níveis de anticorpos ou estes mesmos serem indetectáveis.
Portanto, o que a pesquisa quis demonstrar é que ainda não há certezas quanto a permanecermos imunes ao vírus mesmo após o contágio, e por quanto tempo. Sabe-se que o organismo humano é capaz de produzir algum tipo de defesa após a infecção, porém, sem indicar vulnerabilidade a uma segunda contaminação, já que, mesmo em nível baixo, os anticorpos podem fornecer proteção. O grande questionamento levantado pela publicação é quanto ao “passaporte imunológico”, ou seja, uma pessoa que já teve a doença e chegou a desenvolver anticorpos por um período poderia ser obrigada a continuar isolada, pois um novo teste seria incapaz de confirmar que houve infecção no passado, demonstrado no caso dos assintomáticos.
Fonte: ARUANA