ARUANA

Por Cleisson Vitor

O governador do estado de Rondônia, Coronel Marcos Rocha (sem partido) publicou em suas redes sociais no último dia 11, um texto contendo alguns ressaltos sobre o atual cenário do estado em relação ao combate do novo coronavírus. No post, o chefe do executivo estadual não poupa elogios às medidas tomadas pelo governo rondoniense, como o drive-thru de testes e entrega de medicamentos, e ao secretário de saúde, Dr. Fernando Máximo.

ARUANA checou alguns dos tópicos apresentados pelo governador, como os dados que colocam Rondônia em primeiro lugar dentre os estados da federação que mais realiza testes e se o número de UTIs levantados pelo governador condizem com a realidade.

#Então...

Para realização desta checagem, verificamos as fontes e dados citados, assim como materiais jornalísticos que pudessem ser usados como embasamento durante a produção e informações do ranking de transparência do site Open Knowledge.

Na publicação feita pelo perfil oficial do governador Marcos Rocha no Facebook, um dos primeiros pontos vem com a afirmação de que  a ação considerada mais eficiente para combater a Covid-19 é a testagem, o que, de fato, é uma das medidas fundamentais para propor quaisquer medidas relacionadas à prevenção e ao prognóstico da infecção. Além de que os resultados obtidos pelo teste rápido podem fornecer dados de grande valor para o entendimento e o mapeamento da infecção pelo novo coronavírus na população brasileira, como afirma o site Veja Saúde.

O governador prossegue e, utilizando como base uma matéria apresentada na edição de 9 de julho do Jornal Nacional, reitera que Rondônia está em primeiro lugar no ranking de unidades federativas que mais testam casos de Sars-Cov-2. Como pode ser lido no trecho retirado da publicação: “Qual o estado que mais testa no pais? RONDÔNIA’’, Marcos Rocha não especifica o critério utilizado em sua afirmação, fazendo com que esse apontamento esteja parcialmente correto, uma vez que, como levantado pelo jornal da emissora Globo, Rondônia é o Estado que realiza mais exames em casos suspeitos de Covid-19 no Brasil em termos proporcionais ao contingente populacional, já que a população rondoniense é estimada em 1,7 milhão de habitantes, assim tendo uma média de teste de 26,97 pessoas para cada grupo de mil habitantes. Por outro lado, de acordo com o presidente do Instituto Butantan e membro do Centro de Contingência do Coronavírus em São Paulo, Dimas Covas, em números absolutos, esse é o estado que mais testa, chegando à cerca de 8 mil testes diários, como afirma em entrevista ao site, Agência Brasil.

Marcos Rocha cita também a informação de que o estado está entre os primeiros lugares quanto à transparência sobre os dados de enfrentamento à pandemia. Essa afirmação é embasada pelo índice de transparência da Covid-19, elaborado pela Open Knowledge Brasil, uma organização sem fins lucrativos voltada à verificação de dados de políticas públicas que verifica compras de insumos para enfrentamento da pandemia pelos estados. Como mostrado no print à seguir, Rondônia, de fato, estava em primeiro lugar no dia 09 de julho, data do último levantamento feito pela instituição.

Reprodução: Open Knowledge Brasil 

Um ponto também levantado pelo coronel Marcos Rocha é o de que Rondônia era apontado como um dos estados que entrariam em colapso durante a pandemia devido ao seu “problema crônico”. Em 23 de março, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/RO), oficiou o governo estadual por meio de documento sobre - entre outros pontos - a necessidade de instalar um hospital de campanha, visando enfrentar a fragilidade do sistema e saúde rondoniense. A resposta a esse apontamento, segundo o governador, foi o aumento dos leitos estaduais disponíveis para 535 leitos específicos para COVID-19, dentre eles, 165 leitos de UTI. Esse dado vai ao encontro com o que é apresentado pela SEPOG (Secretaria do Estado de Planejamento, Organização e Gestão).

Logo, chegamos à conclusão de que a matéria é um #Então, tendo em vista que alguns dos dados apresentados no post levam em conta rankings quanto à números proporcionais à população, não a números absolutos.