Publicado em: 13/10/2020 20:25:13
Mensagem que circula em redes sociais aponta que tal intervenção foi feita em Rondônia
Checagem em 13/10/2020
Por CAMILA PINHEIRO
Uma mensagem que tem circulado no Whatsapp e desperta desconfiança de alguns usuários, atribuída a Alan Lopes, candidato a vereador na cidade do Rio de Janeiro, afirma que a Operação Storm foi deflagrada pela Polícia Federal e seu objetivo é o tráfico ilegal de diamantes em terras indígenas. O conteúdo, que não especifica o estado onde ocorre, é acompanhada de imagens das supostas prisões dos envolvidos.
#FAKE
Ao buscarmos informações sobre essa Operação, dentre as formas de checagem, digitando Operação Storm na caixa de pesquisa no canal You Tube, encontramos muitos vídeos com uma variedade de suposições e teorias genéricas. Dentre elas, investigações sobre uma rede de pedofilia internacional, com a participação do médium João de Deus e personalidades de Hollywood. Outra, ainda mais questionável, de que os Estados Unidos investigam o envolvimento do ex-presidente Barack Obama com uma rede internacional de tráfico de órgãos. Há referências também ao presidente venezuelano Nicolas Maduro, os Illuminati, Cuba. São levantadas teorias de que vários famosos foram executados e substituídos por clones, dentre tantas outras.
Ao apurarmos as imagens que acompanham a mensagem de Alan Lopes, verificamos que em algumas delas aparece o Palácio Urupá, sede da Prefeitura de Ji-Paraná, no interior do estado de Rondônia. Tais ilustrações foram feitas durante a deflagração da Operação Reciclagem, realizada pela Polícia Federal no último dia 25, que investiga fraudes na administração pública, pela quitação de dívidas de algumas prefeituras mediante pagamento de propina por empresários de ramo de reciclagem, que resultou na prisão de quatro prefeitos e um ex-deputado.
A atividade policial deflagrada em decorrência da exploração ilegal e tráfico de diamantes que ocasionou em prisões em vários estados brasileiros, inclusive em Rondônia, foi denominada Operação Crassa, que ocorreu no último dia 24, anterior à Operação Reciclagem.
Durante a checagem, a Aruana descobriu que há uma referência oficial sobre a Operação Storm. Ela foi deflagrada pela Polícia Civil do Rio Grande do Sul no dia 02/09, na cidade de Nanoai, no interior do estado, durante investigações sobre o desaparecimento de uma vítima (não esclarecida pelo site), e que no decorrer da operação foram cumpridos mandados de busca e apreensão nas residências de suspeitos por tráfico de drogas e homicídio. Não foram encontradas indicações a essa atividade em veículos oficiais da Polícia Federal ou Ministério da Justiça, a quem é subordinada.
Portanto, o nome da Operação Storm é rodeado de várias suposições e teorias conspiratórias, sem quaisquer comprovações e, fatidicamente, ainda é utilizada para propagação de notícias falsas envolvendo personalidades do entretenimento e da política nacional e internacional, agravando-se em período eleitoral. Observamos que as teorias supositórias atribuídas à tal Operação utilizam as imagens das prisões relacionadas às duas atividades policiais envolvendo propina e tráfico, ocorridas em Rondônia no último mês, e sua intenção é confundir e assustar pessoas com fatos inexistentes.
Fonte: ARUANA